Aqui cabe muita gente ainda, pessoal... E queria colocar + umas 40 pessoas no meu bus!!! Eu disse: Não. A lei proíbe que ônibus rodoviário carrege passageiros em pé!!!
O cidadão insiste: Vai entrar quantos eu achar que deve...
Aí ele tomou o bonde errado!!! Fechei a porta, avisei aos professores que estavam dentro do carro que não iria deixar mais nenhum passageiro entrar, no que fui prontamente apoiado.
O cidadão, se achando dono do mundo, começou a esmurrar a porta...
Desci, olhei bem pra cara dele, e disse: Não entra mais ninguém no meu carro. Se quizer que eu leve esses que estão aí, tudo bem. Senão, desce todos e eu volto pra garagem.
O cara bate no peito, dizendo que é do “comando de mobilização” do sindicato, que não aceita eu falar assim, que ia reclamar na central, que fazia, que acontecia...
Eu simplesmente disse:
Cara... tchau!!!
Entrei no bus, meti marcha, e deixei o imbecil falando sozinho lá!!!
Nunca vi como gostam de tratar motorista como cachorro sarnento...
Rumo ao destino, trânsito insuportável, e temperatura ainda maior... Mas é a vida... Não tem jeito...
Os passageiros me aplaudiram, dizendo que é comum eles abusarem dos motoristas, quando dessas manifestações, lotando os bus até a tampa.
Sorte a minha, que não aceitei...
Na av. Cupecê, já tinham 2 carros presos pela polícia, justamente por superlotação.
O policial mandei encostar, entrou no carro, olhou, e me falou:
-Você não deveria levar passageiros em pé. Me entregue os documentos do bus, que vamos conversar com o tenente...
O tenente examinou os documentos, deu uma volta em torno do bus, olhou os pneus, subiu os degraus da escada, e me disse:
Aqui estão seus documentos. Boa viagem. E vê se vai na manha, pois tem umas 10 pessoas de pé...É proibido, você sabe, né?
Eu agradeci, e saí rapidinho dali...
Só naquela blitz, com certeza arquitetada pelas autoridades estaduais, sabendo da manifestação que iria ocorrer, já tinham apreendido seis ônibus de colegas nossos...
Mas tudo certo. Indo tudo normalzinho, até chegar na Av. Whashington Luis... Aí o bixo pegô... um transito infernal, calor infernal... Não saía do lugar... Foi assim até o Ibirapuera, em primeira e segunda marchas, torrando diesel e neurônios...
Uma das professoras começou a ter um chilique dentro do bus... no meio da Av. sem condições de estacionar... As outras abanando, dando água... molhando pano e passando nela...
E eu sem saber como resolver de imediato aquela situação, pois metade do bus mandava eu achar um pronto socorro, e a outra metade, queria chegar logo na assembléia...
Cara... eram vinte falando ao mesmo tempo na minha cabeça...
Aí veio a salvação:
A própria “doente” dá um berro e manda todo mundo calar a boca, que ela já tava melhor, e que podia tocar pro local...
(continua...)
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